samedi 8 novembre 2008

China - a maior prisão do planeta



Ativistas denunciam falta de liberdade na Internet
A liberdade de opinião na internet está ameaçada em alguns países, como a China. Rebecca MacKinnon, fundadora da rede de blogs Global Voice, trouxe ao Web 2.0 Summit 2008 alguns exemplos de ataques à liberdade de expressão ao redor do mundo.

Em diversos países os governos bloqueiam sites indesejados. Por exemplo, se você estiver na China e tentar acessar o site www.hrw.org, da organização de direitos humanos Human Rights Watch, aparece uma página de erro, como se o site não existisse.

Em alguns casos pessoas são presas pelo que elas publicam na internet, inclusive com a ajuda de empresas americanas. O Yahoo forneceu ao governo chinês informações sobre o blogueiro Shi Tao, que foi preso e recebeu uma sentença de 10 anos.

Outro exemplo: se você procurar por “Tiananmen massacre” (massacre de Tiananmen) no Google na China só aparecem imagens do massacre que aconteceu durante a Segunda Guerra na mesma praça, não o que foi perpetrado pelo governo chinês contra protestantes em 1989 na mesma praça em Pequim.

Esta semana, MacKinnon lançou o site Globalnetworkinitiative.org, uma iniciativa coordenada com várias empresas de internet, como Google e Yahoo, para definir alguns princípios que as empresas podem adotar para proteger a privacidade de seus usuários em países onde a liberdade de expressão é limitada ou não existe. A ideia é ajudar as empresas a se posicionar perante governos não-democráticos.

Para Rebecca MacKinnon é preciso criar alternativas aos grandes prestadores de serviços na internet. Ativistas na China descobriram que a empresa que opera o Skype no país estava fazendo cópias das conversas em um servidor que podia ser acessado pelo governo chinês.

Caio Túlio Costa e Caíque Severo http://www.ig.com.br/

mardi 28 octobre 2008

Dalai Lama desiste de negociar com a China



PEQUIM - O líder espiritual tibetano, o Dalai Lama, afirmou que desistiu de tentar negociar com o governo da China mais autonomia para o Tibete diante da "falta de resposta positiva de Pequim", informa o correspondente Gilberto Scofield. Há alguns anos, o Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz e ainda considerado pelos budistas tibetanos como a maior autoridade religiosa do país - apesar de seu exílio desde 1959 em Dharamsala, na Índia - desistiu de seu projeto de independência do Tibete, ocupado pela China desde 1951, e vinha pedindo às autoridades de Pequim maior autonomia administrativa e liberdade religiosa.

Mas o governo da China considera o líder religioso um "subversivo que busca fomentar atividades separatistas", apesar de manter conversas constantes com representantes do religioso há pelo menos quatro anos. O líder espiritual tibetano também é acusado por Pequim de ser o principal responsável pelos protestos de monges e civis tibetanos em Lhasa, capital do Tibete, onde 100 pessoas morreram e mais de mil foram presas em março.

Após os protestos, diante das pressões internacionais para que Pequim mantivesse o diálogo e às vésperas das Olimpíadas, o governo chinês decidiu retomar as conversas. Mas após alguns encontros, o Dalai Lama afirmou a uma multidão em Dharamsala que, aos 73 anos, estava desistindo do diálogo.


http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/10/27/dalai_lama_desiste_de_negociar_com_china-586153319.asp

lundi 11 août 2008

Uma verdade



... inconveniente

Existe a China que será exibida nos jogos olímpicos, o motor do mundo onde vive em harmonia 1,3 bilhão de prósperos socialistas. E existe outra, sempre presente, nunca apresentada: uma ditadura que explora, polui e censura em nome do progresso. Conheça essa china pelos olhos de um jornalista brasileiro em Pequim.


Há um mês e meio da simbólica data de 08/08/08, abertura das Olimpíadas de Pequim, a ONG Human Rights Watch (HRW) lançou um guia para jornalistas estrangeiros. As recomendações vão do básico - registre-se na embaixada de seu país e carregue sempre seu passaporte, por exemplo - ao sombrio - "nunca, jamais, em nenhuma hipótese, revide fisicamente a qualquer ação da polícia ou mesmo de grupos à paisana". Bem-vindo aos Jogos Olímpicos ao típico estilo chinês.

A China passou de nação pobre refém de um incompetente planejamento comunista a um capitalismo selvagem e emergente com um estado ainda gigante - o tal "socialismo de características chinesas" -, mas os ventos que renovaram a economia não sopraram sobre a política. No comando da impressionante máquina de crescimento chinesa está um regime autoritário, incapaz de lidar com críticas ou investigações jornalísticas, especialmente se elas vêm do exterior (até porque a mídia chinesa é estatal).

Estamos falando da maior ditadura do planeta, exercida com mão de ferro pelo Partido Comunista da China (PCC), que esmaga sem dó nem piedade toda a crítica que possa, de alguma forma, desestabilizá-lo - e às vezes nem isso. O sistema eleitoral só existe no nível de pequenas vilas, mas com candidatos indicados pelo partido. A falta de um sistema judicial independente, cujos quadros são compostos por gente nem sempre formada em direito e umbilicalmente ligada ao partido, favorece abusos de poder.

Essa falta de justiça independente é um problema grave num país que usa a torto e a direito a pena de morte como "exemplo para a sociedade". O governo não divulga dados sobre a pena capital e há indícios de que esses números estejam caindo (no ano passado, o governo determinou que todas as penas de morte decretadas em cortes intermediárias fossem revistas na Suprema Corte). Mas em recente relatório da Anistia Internacional, a China foi apontada como o país que mais executou presos em 2007. Exatas 470 pessoas. Há quem ache que o número é muito maior, algo como 10 mil pessoas por ano. Qualquer que seja a estatística, nada se sabe sobre quem são esses mortos e o que fizeram para merecer tal destino.

Na reta final para as Olimpíadas, a prisão de críticos do governo foi sistemática, baseada em acusações vagas ("subversão do poder do Estado", "revelação de segredos de Estado para o exterior") e por meio de processos em que os réus não possuem direito nem de conversar com seus advogados. ONGs de defesa dos direitos humanos estimam que entre 100 e 150 jornalistas e blogueiros estejam presos. A Fundação Dui Hua, comandada pelo advogado John Kamm, é um grupo internacional que, há mais de 20 anos, trabalha para libertar presos políticos. "Calculamos que eles sejam mais de 30 mil. Há gente encarcerada desde 1989, como os manifestantes dos protestos que culminaram no massacre da Praça da Paz Celestial", diz Kamm. Não por acaso, é a única declaração deste texto: o verdadeiro milagre chinês é achar quem fale mal da China estando lá, alguns por medo, muitos por ignorância.

GILBERTO SCOFIELD JR.

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG84148-7943-205,00-UMA+VERDADE+INCONVENIENTE.html


lundi 21 juillet 2008

A chegada da tocha ao Tibete



COI investiga ataque a Dalai Lama na chegada da tocha ao Tibete

quarta-feira, 25 de junho de 2008 10:54 BRT

Por Nick Mulvenney

PEQUIM (Reuters) - O Comitê Olímpico Internacional (COI) investiga um discurso proferido pelo chefe do Partido Comunista do Tibete no fim de semana, quando a tocha olímpica passou pela capital tibetana, e no qual foram desferidos ataques contra o Dalai Lama.

Mas não se sabe exatamente o que o COI, que não deve recorrer à sanção máxima de retirar os Jogos de Pequim, poderia fazer a esse respeito.

A diretora de comunicações do órgão, Giselle Davies, disse que os organizadores dos Jogos (Bocog) haviam sido instados a fornecer detalhes sobre o discurso de Zhang Qingli em Lhasa e que o órgão "lamentaria muito" caso os relatos dos meios de comunicação a respeito do episódio fossem precisos.

Zhang, um membro da linha-dura do partido, fez os comentários em uma cerimônia realizada no sábado para celebrar a conclusão da passagem da tocha olímpica pelas ruas de Lhasa, que foi palco de violentos protestos anti-China em março.

"O céu do Tibete nunca mudará e a bandeira vermelha com as cinco estrelas continuará a tremular para sempre no alto dele. Com certeza, conseguiremos esmagar totalmente os planos separatistas do grupo do Dalai Lama", afirmou Zhang.

O governo chinês responsabiliza o líder espiritual do Tibete, Dalai Lama, hoje exilado, e os seguidores dele pelos distúrbios de 14 de março ocorridos em Lhasa e acusa-os de tentar separar a região da China.

O país costuma atacar o Dalai Lama, mas não em eventos olímpicos. Os chineses criticaram outras pessoas por politizarem os Jogos, e os estatutos do COI vetam qualquer tipo de propaganda ou manifestação política nos "locais ou áreas das Olimpíadas."

O Dalai Lama nega ser o responsável pelos distúrbios e diz que deseja apenas que o Tibete tenha uma maior autonomia e liberdade religiosa. O líder espiritual convocou seus simpatizantes a darem apoio aos Jogos e à passagem da tocha olímpica pela região.

O chefe do Partido Comunista de Lhasa, Qin Yizhi, também atacou o Dalai Lama em outra cerimônia realizada na passagem da tocha por Lhasa, no sábado, afirmando que seu governo "esmagaria os planos do grupo do Dalai Lama."

A disputa em torno do Tibete lançou uma sombra sobre o périplo da tocha, algo em que a China apostava para projetar a imagem de um país moderno e vibrante antes dos Jogos.

Mas os distúrbios de março transformaram-se em um foco de protestos anti e pró-China em cidades nas quais a tocha esteve, como Londres, Paris e San Francisco. O cenário deixou o COI preocupado.

Na quarta-feira, o governo chinês disse que o périplo internacional da tocha paraolímpica havia sido cancelado e citou como motivo o violento terremoto de 12 de maio, em Sichuan.

A tocha deveria passar por Londres, Vancouver, Sochi e Hong Kong antes das Paraolimpíadas, previstas para ocorrer entre os dias 6 e 17 de setembro.


jeudi 19 juin 2008

desaparecidos



Anistia: Mais de mil tibetanos estão desaparecidos

Publicada em 19/06/2008 às 08h29m

BBC

Mais de mil tibetanos detidos durante os protestos pró-independência, que ocorreram em março, na China, continuam desaparecidos, aponta um relatório divulgado nesta semana pela Anistia Internacional.

O documento afirma que há denúncias de casos de abuso nas prisões e que, enquanto detidos, os tibetanos teriam apanhado e ficado sem comer.

Segundo a Anistia, dados oficiais do governo chinês contabilizam apenas os detidos que foram condenados , no que a organização chama de julgamentos "duvidosos".

Os confrontos - considerados os piores dos últimos 20 anos na região - estouraram no dia 10 de março quando a polícia e manifestantes entraram em choque nas ruas da capital, Lhasa. Várias pessoas foram presas durante os protestos.

Segundo números divulgados em maio pelo governo tibetano no exílio, que tem sede na cidade de Dharamsala, na Índia, centenas de manifestantes tibetanos ainda estariam detidos.

Com a passagem da tocha olímpica por Lhasa marcada para este sábado e o compromisso de Pequim em promover a liberdade de expressão, a Anistia Internacional pediu esclarecimentos do governo chinês sobre o paradeiro dos tibetanos desaparecidos.

Transparência

Segundo informações não confirmadas divulgadas pela ONG Estudantes por Um Tibete Livre (Students for a Free Tibet, em inglês), centenas de manifestantes que estavam detidos teriam morrido no terremoto de Sichuan, quando uma prisão próxima do condado de Wenchuan desabou.

No entanto, não há dados precisos sobre o número de detidos.

"Esse relatório é o primeiro passo para obtermos maior transparência do governo da China sobre o verdadeiro número de detidos", afirmou em entrevista à BBC Brasil o pesquisador da Anistia Internacional para Ásia, Mark Allison.

O pesquisador, que ajudou na realização do relatório, afirmou que é extremamente difícil coletar informações precisas sobre a situação do Tibete. Ele ressalta ainda que o clima é de medo na região.

"Os tibetanos ainda estão tendo seus celulares confiscados e correm o risco de serem presos se forem pegos repassando informações para estrangeiros", disse Allison.

O relatório destaca ainda que, nos últimos meses, a polícia e forças especiais de segurança do governo da China realizaram vistorias em centenas de monastérios, santuários e casas particulares, apreendendo computadores e aparelhos de comunicação.

Imprensa

Allison afirma que a Anistia quer que a China permita a livre entrada de jornalistas no Tibete para que haja uma "clara investigação dos fatos".

Cerca de 50 jornalistas representando 31 órgãos de imprensa foram convidados pelo governo para cobrir a passagem da tocha Olímpica pela região neste fim de semana.

"Só que esse tipo de acesso restrito (ao Tibete) não tem nada a ver com liberdade de acesso à informação", protesta o pesquisador.

O governo da China ainda não se posicionou oficialmente sobre o relatório divulgado pela Anistia Internacional.

"Eles [os chineses] nunca respondem aos nossos relatórios com receptividade e dados, sempre com acusações e preconceito", afirmou Allison

Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

dimanche 4 mai 2008

Os emissário Dalai-Lama começaram as entrevistas com as autoridades chinesas


Trata-se do primeiro encontro oficial entre ambas as partes depois de mais de dez meses, e depois da crise aberta pela os motins de Março e sua repressão pelas autoridades chinesas em Lhassa, capital da "província" do Tibete: dois emissário do Dalai-Lama começaram as discussões à portas fechadas com os responsáveis chineses sobre a crise, nesse domingo, 4 de Maio à Shenzhen (Sul da China); anunciou o primeiro ministro do governo tibetano exilado na Índia, Samdhong Rinpoche. Ele precisou ainda que Lodi Gyari, representante do chefe espiritual dos Tibetano em Washington, e Kelsang Gyaltsen, o seu homólogo na Suíça, despachados a China, “retornará a Índia terça-feira ou quarta-feira”, e que o teor das entrevistas será conhecido “apenas após o seu regresso”.

Este encontro, anunciado sexta-feira pelo governo tibetano, tem lugar à três meses da abertura dos Jogos olímpicos de Pequim, enquanto que a China é acusada de violações de direitos do homem ao Tibete. Os motins que começaram em 10 de Março à Lhassa fizeram pelo menos 203 mortes de acordo com os Tibetano em exílio, enquanto Pequim acusa “os rebeldes” de terem mortos 18 civis e um polícial. É sob a pressão internacional, enquanto que o percurso da chama olímpica através do mundo foi esmaltado de numerosos incidentes entre militantes proTibete e prochineses, que Pequim propos no 25 de Abril reabrir o diálogo, e solicitando ao Dalai-Lama “a pôr termo” às violências antes do JO.

“SUGESTÕES PARA TRAZER A PAZ”

Os exilados tibetanos e as autoridades chinesas negociam oficialmente desde 2002, e “sempre mantiveram o contacto”, incluindo em Março, reconheceram o governo em exílio. Mas as negociações de Shenzhen não serão em caso algum “um sétimo ciclo de negociações, exatamente uma consulta informal”, preveniram nessa sexta-feira Samdhong Rinpoche, que dizia não “não alimentar fortes esperanças”, mas estar “feliz” com este encontro. Os emissário “comunicarão as apreensões Sua Saintidade sobre a maneira como as autoridades chinesas geram a situação e farão sugestões para trazer a paz na região” do Tibete, tinham precisado Thubten Samphel, porta-voz deste governo estabelecido à Dharamsala.

De acordo com a agência a China Nova, Pequim despachou Zhu Weiqun e Sitar, dois více-ministros da Frente Unido do Trabalho, um departamento do Partido comunista, responsável pelos contatos com os líderes religiosos e as minorias étnicas.

Os últimos sinais enviados pelo lado chinês são contrastados. Sábado, a imprensa oficial não mencionava o encontro previsto, e continuava acusar Dalai-Lama e seu “bando” de ter fomentado os motins à Lhassa com o objectivo sabotar os JO - cujo chefe espiritual dos tibetano defende-se. Numa entrevista à meios de comunicação social japoneses, o presidente chinês Hu Jintao acredita que as discussões sobre a crise no Tibete conduzam à “resultados positivos”. À véspera de uma visita oficial no Japão, o segundo da história para um chefe de Estado chinês, também disse-se confiando no sucesso JO: “Penso que os jogos serão um sucesso, com um largo apoio do estrangeiro, incluindo o povo japonês”, declararam de acordo com a agência de imprensa Jiji.

LEMONDE.FR com AFP e AP

vendredi 2 mai 2008

"conversas informais"


Enviados do Dalai Lama vão à China para reunião com governo

Publicada em 02/05/2008 às 09h11m

Reuters

NOVA DÉLHI - Enviados do Dalai Lama viajarão à China para se encontrar com o governo e discutir a crise no Tibete, disse o governo em exílio nesta sexta-feira.

- Durante essa breve visita, os enviados abordarão o assunto urgente da crise atual nas áreas tibetanas - disse um comunicado do governo em exílio, publicado em seu site.

Depois da repressão dos protestos contra o comando chinês no Tibete, um coro diplomático internacional exigiu um diálogo entre a China e o Dalai Lama. Pequim subitamente anunciou, no fim de abril, que planejava se encontrar com os representantes do líder espiritual tibetano.

Os enviados devem chegar à China neste sábado, para o que o lado do Tibete chama de "conversas informais".

- Temos esperança de que os chineses estejam dispostos a tratar da questão do Tibete de forma realista - disse Tenzin Taklha, porta-voz do Dalai Lama, na Índia, onde fica o governo tibetano em exílio.

Apesar da oferta de diálogo, a China acusa o líder espiritual do Tibete de manipular a opinião e os governos ocidentais.

A China culpa o "grupo" de Dalai Lama pelas revoltas em Lhasa e em outras áreas tibetanas, que, segundo o governo chinês, teriam o objetivo de atrapalhar os Jogos Olímpicos em agosto.

Já houve seis rodadas de encontros entre a China e os enviados de Dalai Lama desde 2002, sem solução do impasse.

mardi 29 avril 2008

Tibete - Uma história marcada




O florescer da Primavera do Tibete

Mathieu Vernerey


As manifestações de Lhasa chamaram a atenção do mundo para a rigidez da China, apesar das concessões do Dalai-Lama. Mas o futuro da revolta depende de duas questões. Os tibetanos conseguirão formular claramente suas reivindicações? E, no ano das Olimpíadas, Beijing estará disposta a reprimir?

A repressão das manifestações no Tibete, em março de 2008, suscitou uma comoção da opinião pública internacional. Milhares de tibetanos saíram às ruas durante duas semanas, em Lhasa e depois em outras cidades, erguendo a bandeira do Tibete e exibindo slogans a favor da independência: uma recusa manifesta dos sessenta anos de dominação chinesa.

No entanto, a presença de monges à frente da contestação levou a um questionamento sobre a natureza do movimento, freqüentemente descrito como uma revolta budista. A despeito da brutalidade da repressão, a violência inédita de numerosos manifestantes abalou a imagem de uma luta conhecida como não-violenta. Entre os alvos desses “tumultuadores”, encontram-se civis chineses da etinia Han e muçulmanos Hui [1], dando a impressão de motivações étnicas ou religiosas à revolta.

Simbolicamente, as manifestações tomaram forma em 10 de março, data de aniversário do levante nacional de Lhasa contra a intervenção chinesa de 1959. A repressão dessa insurreição precipitou o exílio de Dalaï-lama e de seu governo na Índia, que acolheu milhares de refugiados. No entanto, assim como a ONU, o primeiro-ministro indiano Jawarhlal Nehru não reconheceu a independência do Tibet.

A invasão do Tibete em 1949, ou sua “liberação pacífica” do ponto de vista chinês, remete a um aspecto não resolvido da história. Por um lado, a ocupação relembra a dificuldade ancestral dos chineses em anexar e dominar a região tibetana. E, por outro, a incapacidade dos tibetanos em convencer o mundo moderno de sua independência histórica.
Uma história marcada por séculos de invasões, chinesas e principalmente mongóis

As pretensões chinesas sobre o Tibete remontam ao século 13, durante a dinastia mongol dos Yuan (1279-1368). E também, ao século 17, na época da dinastia manchue dos Qing (1644-1911). Nesses dois períodos, o império chinês atingiu sua máxima extensão para o oeste – tempo das campanhas militares vitoriosas, conduzidas pelos Yuan a partir dos resquícios de um império mongol que dominava a Ásia, China e, inclusive, o Tibete.

Entretanto, durante a dinastia chinesa dos Ming (1368-1644), mais orientada para as conquistas marítimas, os príncipes mongóis definiram, por longo tempo, a política do Tibete. Em 1578, intervindo nas querelas religiosas internas, Altan Khan apoiou a primazia do chefe da linhagem dos Gelukpa, ao qual atribuiu o título de Dalai-Lama (“oceano de sabedoria”). Por sua vez, em 1642, Güshi Khan afirmou a autoridade política do 5º Dalaï-Lama e estreitou as relações entre o Tibete e a Mongólia, de acordo com o princípio do “Choen-yon” (guia-protetor). O príncipe mongol trazia essa proteção militar ao Tibete; em troca, o guia espiritual tibetano estendia suas emanações espirituais à Mongólia. Esse tipo de relação também prevalecia com a China manchue e, conforme as alianças, com outros reinos vizinhos.

O Tibete viveu seguidas interferências exteriores – mongóis mais freqüentes que chinesas. Em 1720, o país pediu apoio à China para expulsar os mongóis. Fez o mesmo para livrar-se dos nepaleses, em 1792. Durante esse período, a China esforçou-se por reorganizar a administração tibetana, sem, no entanto, buscar dominá-la. Em seguida ao desmoronamento da dinastia manchue de Qing, o dirigente chinês Sun Yat-sen fundou, em 1912, a República de Nankin. Os tibetanos proclamaram sua independência um ano depois.

Em 1914, um acordo tripartite foi assinado, em Simla, entre representantes britânicos, chineses e tibetanos. Uma forma de suserania chinesa foi reconhecida, mas os dirigentes chineses recusaram-se a tratar os tibetanos com igualdade.
A partir de 1951, domínio chinês, mas progresso nas negociações entre o Dalai-Lama e Beijing

Enquanto a China conhecia as perturbações interiores (“guerra dos senhores”, depois guerra civil entre comunistas e nacionalistas) e invasões estrangeiras (francesa, inglesa, russa e japonesa), o Tibete viveu uma independência de fato entre 1913 e 1949. Alguns meses depois da proclamação da República Popular da China, Mao Zedong invadiu o Tibete, em 1950. Sob o Conselho de Segurança da ONU, então recém-fundada, os representantes da China nacionalista (Taiwan) alegaram que se tratava de um assunto interno chinês e obtiveram ganho de causa [2].

Em 1951, sobre pressão militar, um acordo de 17 pontos foi firmado por Mao Zedong. Ele estipulou o “retorno do povo tibetano à pátria”. Em contrapartida, foi acordado um estatuto de autonomia que previa a manutenção “do sistema político existente e das funções e poderes do Dalaï-Lama”. Para os tibetanos, ele é o chefe espiritual e temporal do Tibete – o que contradiz os termos do acordo. Além disso, nenhum dos compromissos chineses foi respeitados.

Ao partir para o exílio, em 1959, o Dalai-Lama recusou formalmente esse pacto. Ele restabeleceu um governo, dotou-o de um Parlamento e organizou a comunidade de refugiados. Isso manteve intacto seu desejo de lutar pela independência. Na mesma época, ele reforçava sua vontade de “criar condições favoráveis às negociações, tendo em vista a busca de uma solução pacífica [3]”. Em 1979, o novo timoneiro chinês, Deng Xiaoping, comunicou que “exceto a independência, tudo poderia ser rediscutido” [4].

Até 1985, quatro delegações tibetanas foram autorizadas a voltar ao Tibete – dotado, desde 1965, de um estatuto de autonomia [5] - para atestar os progressos realizados, mas não foi conquistada.
O líder espiritual descarta a independência. Mas a China prefere tratá-lo como inimigo

Em 1988, na “Proposição de Estrasburgo”, o Dalai-Lama renunciou oficialmente à independência, em favor da autonomia e de uma união com a China. Mas em março de 1989, o diálogo foi interrompido pela repressão das mais importantes manifestações contra a autoridade chinesa ocorridas desde 1959 – data de aniversário do levante nacional. Preocupado em reatar as negociações, o Dalai-Lama reiterou sua proposição de uma “verdadeira autonomia”, sob soberania chinesa. Enquanto aconteciam seis novos encontros sino-tibetanos, entre 2002 e 2007, as recentes manifestações e as conseqüentes repressões fizeram crer que a história se repetia.

Certamente, a religião budista é um elemento constituinte da identidade nacional tibetana, mas ela não explica tudo. Atualmente, no Tibete, o sentimento nacionalista vive, antes de tudo, uma recusa da China. E se uma parte da população parece resignada, essa rejeição se expressa de maneira cada vez mais exacerbada. Embora Pequim tenha classificado Dalaï-lama como sendo o “principal instigador de agitações”, uma nova geração surgiu – menos sujeita à influência do “dirigente espiritual”.

Marginalizados em meio à sociedade chinesa, os tibetanos assistiram seu país sofrer maciça influência cultural chinesa, devido a uma onda crescente de colonos. Mas não foram beneficiados pelo desenvolvimento anunciado. Vistos como possível resposta ao descontentamento, os investimentos econômicos fracassaram, principalnte devido a sua lógica colonial.

A violência que desfigurou a “Lhasa chinesa” não se repetiu no conjunto do movimento de revolta, que se estendeu a outras cidades tibetanas e a províncias habitadas pelos tibetanos. Nelas, a contestação reuniu tanto laicos como religiosos, que, em vez da bandeira tibetana, levavam consigo o retrato de Dalai. Considerado chefe de Estado no exílio, o guia espiritual beneficiou-se de uma autoridade ainda intacta e amplamente reconhecida no interior e exterior do Tibete; mesmo que alguns tibetanos tenham preconizado uma luta mais frontal. Ele permanece como o cimento da unidade nacional, o que as autoridades chinesas reconhecem, à sua maneira. Pela voz do secretário do Partido Comunista no Tibete, elas consideram que "se trata de uma luta até a morte contra o Lalai Lama e sua gangue [6]».
Defensores da independência estão fora do país e são incapazes de agir de forma conjunta

Agindo assim, as autoridades chinesas reforçaram o sentimento nacional daqueles a quem pediam que negassem seu dirigente legítimo. Já o comportamento dos tibetanos no exterior revela-se mais complexo, no que diz respeito ao dirigente e à questão de independência. Há muito tempo, ela se tornou um tabu – desde momento em que o Dalai-lama a abandonou oficialmente e reafirmou sua política de abertura e diálogo com Beijing. Em outubro de 2002, ele pediu de forma explícita aos militantes que refreassem todas as manifestações públicas anti-chinesas ao redor do mundo, afim de criar uma “atmosfera propícia para o diálogo”. Esse apelo à retenção provocou confusão e desmobilização junto a numerosos militantes.

Como resultado, a China alcançou seus objetivos: deixou de ser publicamente contestada e ganhou respeitabilidade em razão de sua “boa vontade”. Enquanto isso ela arrebatava, na prática, a autonomia do Tibete. Os independentistas tibetanos apoiaram-se nessa constatação, sem necessariamente ter uma idéia relevante do caminho a seguir.

No exílio, a corrente em favor da independência, representada por diferentes organizações, não forma de um movimento unificado. Nenhuma de suas compenentes chegou a formalizar novas proposições, que substituíssem a fórmula do "governo do exílio". No interior, as ações visíveis em favor da independência são, geralmente, atos individuais isolados, ou, em conjunturas particulares, ações de movimentos coletivos espontâneos e imprevisíveis, sem objetivos nem estratégia formulados.

A caixa de ressonância midiática oferecida pelos próximos Jogos Olímpicos de Beijing acrescentou um novo elemento: a oportunidade de denunciar a dominação chinesa ao mundo. Na Índia, as cinco principais organizações independentistas articularam-se em torno de uma marcha de retorno ao país, em 10 de março. Ela foi imediatamente bloqueada pelas autoridades indianas. Ao mesmo tempo, as manifestações começavam em Lhasa, ampliando-se e se propagando em seguida. Mas esta sinergia, ao mesmo tempo, militante e popular, não tem visibilidade e legibilidade políticas. O que suscita perguntas sobre a representação “do povo do Tibete” e sua expressão.
O "Parlamento no exílio": fraca representatividade, composição confusa e pouco debate

A maior parte dos tibetanos no país considera legítimo o “governo no exílio”, na medida em que ele representa a continuidade do princípio de soberania e administração de Dalai-Lama. Contudo, sua impotência para chegar a uma solução e sua renúncia à independência cristalizaram uma certa desconfiança, da qual o Dalaï-lama permanece imune.

Todavia, a ação diplomática de seu governo deve ser distinguida da ação do “Parlamento tibetano em exílio”. Esse supostamente representa todos os tibetanos, inclusive os que vivem no país, mas de maneira simbólica: é impossível uma eleição no próprio Tibete. Por isso, a base do "Parlamento" são as comunidades exiladas na Índia e Nepal, segundo seu vínculo a três regiões tradicionais do Tibete histórico. As cinco escolas budistas são também representadas, assim como as diásporas da Europa e da América do Norte. Essa complexa sobreposição de circunscrições não ajuda a tornar compreensível a constituição do Parlamento.

Por trás disso há um problema mais profundo: a incapacidade dos tibetanos em formalizar um debate político. O Parlamento no exílio funciona sem partidos. Embora não proíba esse sistema de representação, a "Constituição" provisória não faz nenhuma alusão a ele. Apesar de reformas, que introduziram a separação dos poderes, o direito de voto, a eleição de seus membros e do "primeiro-ministro" por sufrágio universal, a democracia é incompleta. Persiste a ausência de qualquer expressão partidária relacionada a objetivos ou ideais políticos. A começar pela segmentação subjacente — mas não formalizada — entre independentistas e autonomistas.
O descontentamento poderia e espalhar-se para Xinjiang e a Mongólia, onde há reivindicações identitárias

Nas últimas eleições legislativas do Tibete, em março de 2006, deputados disseram ser a favor da independência, sem ter assumido, até agora, o compromisso no âmbito do mandato. É difícil de exprimir uma opinião diferente da de Dalai-Lama. Na comunidade , isso é imediatamente percebido como oposição a ele.

A resistência das mentalidades no interior do Parlamento impossibilita, por ora, a formalização de um partido político. Não é toa que um número crescente de deputados afirma apoiar o objetivo independentista, e que alguns sugerem um reagrupamento, à margem do Parlamento. Para eles, as margens de operação são restringidas em razão de uma situação pouco favorável: condição precária de refugiados, tolerância frágil da Índia como país de acolhimento, pressão de governos estrangeiros para manter o status quo, represálias chinesas contra os tibetanos no país etc.

A agitação espera ainda a sua “voz” política, única condição para que os botões “da primavera” de Lhasa desabrochem sem desvanecer antes florescer. Para o atual presidente chinês, Hu Jintao, estes acontecimentos têm forte ressonância. Quando foi secretário do Partido Comunista no Tibete, durante as manifestações de 1989, ordenou a repressão e decretou a lei marcial. Ele sabe que os abalos no “Teto do mundo” foram precursores dos acontecimentos da Praça Tiananmen.

O descontentamento do Tibete corre o risco de espalhar-se para outras regiões onde há reivindicações identitárias: a dos uigurs (Xinjiang) e a dos mongóis (Mongólia interior). Resta saber se, nesse ano de Olimpíada, a repressão será uma boa estratégia. Pequim se interroga sobre a maneira de conciliar sua imagem internacional e a necessidade de considerar os desafios internos na busca da própria estabilidade.

[1] A China definiu-se como um país multiétnico ou multinacional com 56 etnias. Os hans são 92% da população. Tibetanos, huis, uigurs e mongóis dispõem do estatuto de região autônoma, respectivamente Tibete, Ningxia, Xinjiang, e Mongólia Interior. Ler «Jusqu où ira la Chine», Manière de voir, nº 85, fevereiro/março 2006.

[2] Três resoluções foram votadas à ONU em seguida ao levante de Lhassa: em 1959, 1961 e 1965. O motim de 1961 recorda o «direito à autodeterminação» do povo tibetano.

[3] Declaração de Dalai-Lama a Mussorie (Índia), em 20 de junho de 1959.

[4] Mensagem transmitida por Deng Xiaoping ao irmão mais velho do Dalai-Lama, Gyalo Thondup, em Pequim, em março de 1979.

[5] A região autônoma compreende a parte central (U-tsang) do Tibete histórico. As duas outras províncias tradicionais (Kham et Amdo) foram integradas à província chinesa do Qinghai e às margens ocidentais de Gansu, Sichuan e Yunnan.

[6] Declarações de Zhang Qingli, secretário do Partido Comunista do Tibete, veiculados pelo Diário do Tibete, em 21 de maio de 2006, e reiteradas em 19 de março de 2008, sob o título “luta à morte de dalaï-lama e sua gangue”.



Cronologia Tibete-China


1578 – Instauração da figura do Dalai-Lama pelo chefe mongol Altan Khan.

1642 – Dalai-Lama assume o poder, graças ao apoio dos mongóis.

1720-1792 – Os dirigentes tibetanos pedem apoio da China manchue para expulsar mongóis e nepaleses.

1904 – O Reino Unido, que ocupava uma parte da China, reconhece a soberania do Tibete.

1914 – O acordo assinado por britânicos, chineses e tibetanos não é seguido pela China.

Outubro de 1950 – Invasão de Lhasa por tropas chinesas.

10 março de 1959 – Início do levante contra a ocupação chinesa. Houve milhares de vítimas. O Dalai-Lama foge para Dharamsala , na Índia.

1965 – Pequim cria a “Região Autônoma do Tibete”.

1966/76 – Revolução Cultural: os monastérios são destruídos e religiosos perseguidos. Pequim não restituiria os direitos à liberdade de religião antes de 1980.

1979/84 – O Dalai-Lama é autorizado a enviar quatro missões de sondagem ao Tibete. Paralelamente, delegações políticas tibetanas encontram-se em Pequim em 1979 e 1984.

8 de março de 1989 – Depois de três dias de levantes anti-chineses, Beijing impõe a lei marcial em Lhasa. O conflito ceifou dezenas de vidas. Em outubro, Dalai-Lama obtém o Prêmio Nobel da Paz.

1996 - O Dalai-Lama propõe negociações sobre o futuro do Tibete, uma proposta à qual Beijing opõe o reconhecimento prévio da soberania chinesa sobre o Tibete.

2002-2003 - Retomada do diálogo informal.

2004 - Beijing publica um Livro Branco sobre “a modernização do Tibete” que denuncia o “Dalai-Lama e sua gangue”.

http://www.lemonde.fr/

mardi 22 avril 2008

"cidadão honorário"



Chancelaria defende a independência de Paris quanto à homenagem ao Dalai Lama

PARIS (AFP) — A cidade de Paris agiu de maneira independente ao declarar o líder espiritual tibetano Dalai Lama "cidadão honorário" e ela é a única responsável por esta medida, anunciou nesta terça-feira o ministério francês das Relações Exteriores.

"Não nos corresponde interferir nas decisões que são adotadas pela cidade de Paris", declarou a porta-voz do ministério, Pascale Andreani.

Nesta terça-feira, a China manifestou 'grande descontentamento' com a decisão de Paris nomear o Dalai Lama "cidadão honorário", denunciando uma "grosseira interferência nos assuntos internos chineses, que atenta gravemente contra as relações franco-chinesas".

Os vereadores de Paris também receberam uma carta assinada pelo embaixador da China na França, pedindo que o Dalai Lama não fosse fosse homenageado com o título de "cidadão honorário" da cidade.

Um dos assessores do prefeito, Pierre Schapira, declarou que o embaixador advertia os vereadores em termos "extremamente violentos" e os responsabilizava por "piorar a situação do Tibete".

"Estou escandalizado com este ultimato. Nunca vi um embaixador exercer pressão sobre cargos eletivos dessa maneira", disse à AFP.

Além do Dalai Lama, o dissidente chinês Hu Jia, recentemente condenado a três anos e meio de prisão em seu país, também recebeu a mesma distinção.

A pedido do prefeito socialista Bertrand Delanoe, a maioria dos membros da câmara municipal votou favoravelmente à proposta de nomear o Dalai Lama "cidadão de honra", assim como Hu Jia, proposto pelo grupo dos verdes.

Inúmeros parlamentares decidiram não participar na votação, entre eles os membros do opositor UMP (conservadores), que em nível nacional é o partido do presidente Nicolas Sarkozy.

Sarkozy está tentando abrandar a ira da China após as manifestações e propostas de boicote contra interesses franceses desencadeadas pela tumultuada passagem da tocha olímpica por Paris.

Um dos gestos de Sarkozy foi uma carta com um pedido de desculpas dirigido a Jin Jing, a atleta chinesa deficiente física que conduziu a tocha e a protegeu dos manifestantes que tentaram arrancá-la durante sua passagem por Paris.

"Quero lhe dizer que fiquei impressionado com os ataques que você sofreu no dia 7 de abril em Paris e pela valentia que demonstrou. Sinto um profundo respeito em relação a você e ao seu povo", escreveu Sarkozy na carta, entregue nesta segunda-feira em Xangai nas mãos da própria Jin, de 27 anos, pelo presidente do Senado francês, Christian Poncelet.

Poncelet, em visita à China, revelou à imprensa o conteúdo da carta enviada a Jin, que a imprensa chinesa considerou uma heroína após o incidente em Paris.

Em sua carta, Sarkozy convidou a jovem de Xangai a visitar a França, afirmando que aqueles que estavam por trás destes "lamentáveis incidentes" não representam os sentimentos de amizade entre França e China.

O governo da China manifestou satisfação com a carta de apoio do presidente francês.

mardi 15 avril 2008

Defenda o Tibete - Apoie o Dalai Lama



Após décadas de repressão chinesa, os tibetanos resolveram se mostrar para o mundo e demandar mudanças. Os líderes chineses estão agora mesmo se decidindo entre aumentar a repressão contra os manifestantes ou finalmente se abrir para o diálogo com o povo tibetano.

Nós podemos afetar este momento histórico. A China se preocupa com sua reputação perante o mundo. Porém, somente com uma avalanche de apelos globais poderemos chamar a atenção do governo chinês. O líder espiritual do Tibete,
o Dalai Lama, pediu cautela e diálogo. Vamos apoiá-lo neste chamado. Preencha o formulário abaixo para assinar a petição, ela será entregue em embaixadas e consulados chineses do mundo todo segunda-feira dia 31 de março.

http://www.avaaz.org/po/tibet_end_the_violence/

1,643,705 pessoas assinaram a petição - nossa meta de 1 milhão foi atingida em uma semana!

Essa petição terminou mas a luta pacifica esta apenas começando.

vendredi 21 mars 2008

Dezoito?




Dezoito civis são mortos em protestos no Tibete

Dezoito civis e um policial morreram em protestos contra a China em Lhasa, capital do Tibete, informou hoje a agência governamental chinesa, Xinhua, citando o governo regional. "Antes, a contagem oficial de inocentes mortos era de 13", afirmou a Xinhua.
A agência reportou que 241 policiais ficaram feridos, 23 deles em estado grave. Um acabou sendo morto por uma multidão. O governo regional disse que o número de civis feridos subiu de 325 para 382, segundo a Xinhua. Cinquenta e oito deles estão em estado grave.

Tibetanos acreditam em grande nº de mortes em protestos

Tibetanos na tensa província chinesa de Sichuan, no sudoeste do país, afirmaram hoje que acreditam que a polícia matou várias pessoas em protestos contra a China promovidos esta semana, contestando dados oficiais de que não houve vítimas fatais. Tibetanos na tensa província chinesa de Sichuan, no sudoeste do país, afirmaram hoje que acreditam que a polícia matou várias pessoas em protestos contra a China promovidos esta semana, contestando dados oficiais de que não houve vítimas fatais.

A instabilidade social tem alarmado a China, sede dos Jogos Olímpicos marcados para agosto, quando o país tentará se mostrar ao mundo como nova potência mundial. Montanhistas chineses escolhidos para levar a tocha olímpica ao topo do monte Everest disseram que sua jornada mostrará unidade nacional contra o líder exilado do Tibet, o Dalai Lama, a quem Pequim acusa de instigar as manifestações.

"Vamos garantir o movimento tranquilo da tocha. Precisamos fortalecer a unidade étnica enquanto forças hostis têm tentado criar uma divisão entre grupos étnicos", disse Yin Xunping, representante da equipe de montanhistas do Tibet, segundo a Xinhua. As tensões continuam altas no Tibet, Sichuan e em outras áreas vizinhas onde o governo chinês têm reforçado tropas.

Kangding, uma cidade com forte presença tibetana em Sichuan, está tomada de soldados, alguns em patrulha, alguns praticando movimentos de artes marciais na praça da cidade. Dando o tom da tensão na região, motoristas recusam-se a fazer viagens para as áreas montanhosas. "Eu estou nessa para ganhar dinheiro, mas não importa o quanto você me pague, eu não vou naquela direção", disse um motorista. Enquanto isso, tropas e polícia de choque têm montado bloqueios nas estradas e estão impedindo a entrada de estrangeiros nas regiões próximas.

"Com todas as tropas que foram para lá, a situação está sob controle agora. Eles tentaram por todos esses anos ganhar independência e não conseguiram. Então não vai acontecer. Não agora, é impossível", disse Ran Hongkui, lojista chinês que tem um estabelecimento no caminho de comboios armados de policiais que vão para o oeste.

O Dalai Lama, 72, que fugiu do Tibet em 1959, afirma que é contra a violência e somente quer maior autonomia para sua pátria e que tem desejo de ir a Pequim para negociar. Enquanto isso, a imprensa chinesa tem aumentado os ataques ao prêmio Nobel da Paz. O Tibet Daily o chama de "jacal com face humana e coração de uma besta" e o acusa, junto com seus seguidores, de "nunca desistir de tentar restaurar sua teocracia corrupta e seus privilégios feudais".



Reuters

mercredi 19 mars 2008

Why are we silent

Tibete; como ajudar.



Petição para o Presidente chinês Hu Jintao:

Como cidadãos do mundo, nós o convidamos a mostrar controle e respeito pelos direitos humanos em sua resposta aos protestos no Tibet, e a tratar do que interessa a todos os Tibetanos através de um diálogo aberto com o Dalai Lama. Apenas o diálogo e a reforma trarão a estabilidade definitiva. O futuro mais promissor da China, assim como sua relação mais positiva com o mundo, jaz no desenvolvimento harmônico, no diálogo e no respeito.

http://www.avaaz.org/en/tibet_end_the_violence/6.php?cl=62130502

Texto original em Inglês:

Petition to Chinese President Hu Jintao:

As citizens around the world, we call on you to show restraint and respect for human rights in your response to the protests in Tibet, and to address the concerns of all Tibetans by opening meaningful dialogue with the Dalai Lama. Only dialogue and reform will bring lasting stability. China's brightest future, and its most positive relationship with the world, lies in harmonious development, dialogue and respect.

http://www.avaaz.org/en/tibet_end_the_violence/6.php?cl=62130502

Missões permanentes na Organização das Nações Unidas (escreva em inglês, exceto para a missão brasileira)
Brasil - delbrasonu@delbrasonu.org
China - chinamission_un@fmprc.gov.cn
Estados Unidos - usa@un.int

Mais missões: http://www.un.org/members/missions.shtml

Human Rights Watch – Direitos Humanos (escreva em inglês)
chicago@hrw.org; hrwnyc@hrw.org; hrwdc@hrw.org; hrwlasb@hrw.org; hrwsf@hrw.org; hrwuk@hrw.org; hrwbe@hrw.org; hrwgva@hrw.org; berlin@hrw.org; toronto@hrw.org

CCTV – TV chinesa (escreva em inglês)
cctv-9@cctv.com

CRI – Rádio Chinesa (escreva em português)
cripor@cri.com.cn

Embaixada Chinesa no Brasil (escreva em português)
chinaemb_br@mfa.gov.cn

Website do Governo Chinês (escreva em inglês)
English@mail.gov.cn

China Internet Information Center (escreva em inglês)
http://service.china.org.cn/link/wcm/comments_e

Jornal China Daily (escreva em inglês)
http://www.chinadaily.com.cn/static_e/Contact_Us.html

Comitê organizador dos jogos olímpicos de Beijing 2008 (escreva em inglês ou francês)
General Office - mishubu@beijing2008.cn
Project Management - zongti@beijing2008.cn
International Relations - international@beijing2008.cn
Sports - sports@beijing2008.cn
Media & Communications - xuanchuan@beijing2008.cn
Construction & Environment - guihua@beijing2008.cn OR environment@beijing2008.cn
Marketing - marketing@beijing2008.cn
Technology - technology@beijing2008.cn
Legal Affairs - legal@beijing2008.cn
Games Services - gamesservices@beijing2008.cn
Audit & Supervision - jiancha@beijing2008.cn
Human Resources - renshi@beijing2008.cn
Finance - caiwu@beijing2008.cn
Cultural Activities - wenhua@beijing2008.cn
Security - security@beijing2008.cn
Media Operations - mediaoperations@beijing2008.cn
Venue Management - VEM@beijing2008.cn
Paralympic Games - paralympic@beijing2008.cn
Transport - Transport@beijing2008.cn
Volunteers - volunteerop@beijing2008.cn
Olympic Torch Relay Center - OTR@beijing2008.cn
Accreditation - accreditation@beijing2008.cn
Opening & Closing Ceremonies Operation Center - OCC@beijing2008.cn
Ticketing Center - ticketing@beijing2008.cn

Comitê Olímpico Internacional (escreva em inglês ou francês)
http://www.olympic.org/uk/utilities/registration_uk.asp?prm_action=req

Petições:

http://www.freetibet.org/campaigns/olympic_07/index.php
http://www.avaaz.org/en/tibet_end_the_violence/6.php?cl=62130502
http://www.petitiononline.com/Tibete08/petition.html
http://www.gopetition.com/petitions/free-tibet.html

vendredi 14 mars 2008